A Diretoria e Conselhos da APAFASS realizaram um webinar, em 03 de junho, sobre os impactos do coronavírus no mercado financeiro e o que esperar no pós crise. Participaram da conversa o Prof. Samuel Pessoa, Paulo Miguel e Pedro Amado, todos executivos da JBFO (Juluis Baer Family Office / Reliance) no Brasil. Entre os assuntos abordados, foram discutidas as expectativas de taxas de juros no longo prazo que em muito impactam na rentabilidade dos ativos da FASS. Nossa preocupação é estarmos preparados para a nova realidade de mercado. As principais mensagens foram:

1.       Projeção de retração econômica em 2020 com PIB de -6%, com recuperação parcial (50%) em 2021, e recuperação final e crescimento em 2022. Alinhamento com previsões do FMI;

2.       Expectativa da capacidade produtiva/econômica ser preservada no pós crise. Principal questão é:  a que taxa de crescimento e a que nível?

3.       Inflação e Juros: projeção de redução da taxa de juros ainda maior até o final do ano, com Selic a 2% a.a. Manutenção do câmbio desvalorizado com alta volatilidade mas não maior que R$5,80 – lembrando que a crise mundial elevou o dólar de um patamar de 4 para 5 reais e  a crise interna elevou o patamar de 5 para 6 reais.

4.       O desafio político está nas mãos do Congresso em preservar a “travessia” até 2022:

           I.      Retomar, pós crise, gastos do governo aos patamares anteriores e menores;

           II.      Recuperar o desenvolvimento econômico, lembrando que antes do Covid-19 já havia um hiato a ser recuperado de 3% a 4%;

5.       Do ponto de vista Estrutural – acompanhar e avaliar se haverá estagnação secular e novas projeções de taxa de juros negativa.

           I.      Excesso de poupança;

          II.     Redução de níveis de investimento;

         III.    Comportamento conservador nas empresas na gestão do caixa e na poupança.

6.       Os  Fundos de Pensão podem realizar investimentos em ativos no mercado internacional. E existe carteira atrativa quando comparamos ao mercado nacional, principalmente carteiras compostas de crédito diversos num mix de  países emergentes e maduros e, ações, podendo chegar a 4% ou 5% em dólar. A atenção tem que ficar na internalização dos valores devido ao nível do câmbio, podendo gerar ganhos menores, a depender do momento;

7.       Atenção grande na rolagem da dívida pública, pois cada vez mais ela é renovada a taxas e prazos menores. Mas um retorno aos patamares maiores de juros, por instabilidade política e econômica nacional e internacional, poderá levar ao aumento do endividamento do Governo.